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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Aquele Rio


Aquele Rio 
(Paulo Júnio Pereira)
                                       
Na Ribeira do São Francisco,
Pescador de madrugada
- Zé Antônio e Seu Domingos –
Avistou Caboclo d’água.
Surubim tava escondido,
Curimatá tava assanhado
E o dourado, peixe bravo,
Rei do nosso São Francisco.

Meia noite o rio para!
Encantado pelo tempo...
E quem escuta o meu intento
Não tem tempo pra lamento.
Quem tem medo desse rio
Compra carranca pintada.
Quem tem amor por esse rio
Agradece a Deus a madrugada.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Radical (Homenagem ao Clube Literário Tamboril)

Radical


Se é dor aguda
é na raiz do dente

Raiz do cabelo 
se afaga com pente
Tem raiz de planta
que a gente come
Tem raiz que cura
quando a dor consome
A raiz da gente
tá sempre por dentro
Quem não tem raiz
Tomba com o vento
Será arrancado
o mal pela raiz
Da raiz quadrada
à Raiz da raiz
Tem raiz profunda
tem raiz que é rente
Quem não tem raízes
não produz sementes.

Rafael Oliveira, Março de 2014

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A tradição das Carrancas do Velho Chico



A característica plástica predominante em todas as carrancas, corresponde ao fato delas apresentarem fisionomias de animais, cabeças de humanos e vice-versa. E o traço mais marcante dessas figuras são as vastas cabeleiras e os olhos de humanos que elas possuem.

Cabe aos artesãos ribeirinhos da região do Médio São Francisco, o mérito pela criação de uma imaginária popular, de aspecto mítico e decorativo, baseada na cultura regional, porém com fortes influências da arte peninsular da Idade Média.

Com o declínio do ciclo das barcas no Brasil, em 1940, essas esculturas artesanais deixaram de ser figuras de proa e passaram a ser objetos de arte popular presentes nos museus, exposições, feiras artesanais e coleções.

Regina Coeli Vieira Machado
Servidora da Fundação Joaquim Nabuco

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Sonho Barranqueiro






Sonho Barranqueiro
(Paulo Júnio Pereira)

Encontrei um Buriti perdido
Perdido nas veredas do meu coração partido
Saudades de você!

Morena cor de tamarindo
Eu te amei aos pés de um tamboril
À tarde eu vi um bem-te-vi
Que assoprou seu canto 
como um belo anjo azul do rio...

Nas barrancas do São Francisco
Os homens pescam seus sonhos perdidos
Contam lendas e histórias vivas 
Buritizeiro do São Francisco...