CARRANCAS
As carrancas do Velho Chico
(Que não sejam só lembranças...)
Essas esculturas antropomórficas (meio gente, meio feras)
Nascem da criatividade dos artesãos barranqueiros.
São a defesa dos barqueiros contra as criaturas que habitam as águas do rio:
a Iara, o Minhocão, o Caboclo d'água.
- As lendas e a arte do São Francisco, enchem de poesia a vida ribeirinha.
...
Poesia de Ribeira
(Rafael Oliveira)
Não vemos mais vagões e trilhos
Do trem que cruzava a ponte
Nem homens no tamarineiro
Nem homens no tamarineiro
E nem carnavais como antes.
Não tem pescador nas barrancas
De varinha ou de linhada
Botaram motor nas barcaças
Botaram motor nas barcaças
Ninguém cruza mais rio a nado.
Tempo tá mudando tudo
Mundo vira de repente
Tanta coisa aqui havia
Ou gente fica esperto
Ou se acaba a poesia.
Para protegerem barqueiros
Que varavam noites escuras
Sabendo das lendas ribeiras.
Cadê o descanso das águas?
Quando chega a madrugada
Não ouço o silencio do rio
Não ouço o silencio do rio
Parece que ele já nem pára
Nenhum comentário:
Postar um comentário