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domingo, 15 de dezembro de 2013

Carrancas do Velho Chico


CARRANCAS

As carrancas do Velho Chico
(Que não sejam só lembranças...)
Essas esculturas antropomórficas (meio gente, meio feras)
Nascem da criatividade dos artesãos barranqueiros.
São a defesa dos barqueiros contra as criaturas que habitam as águas do rio:
a Iara, o Minhocão, o Caboclo d'água.
- As lendas e a arte do São Francisco, enchem de poesia a vida ribeirinha.
...



 Poesia de Ribeira
(Rafael Oliveira)

Não vemos mais vagões e trilhos
Do trem que cruzava a ponte
Nem homens no tamarineiro
E nem carnavais como antes.

Não tem pescador nas barrancas
De varinha ou de linhada
Botaram motor nas barcaças
Ninguém cruza mais rio a nado.

Tempo tá mudando tudo
Mundo vira de repente
Tanta coisa aqui havia
Ou gente fica esperto
Ou se acaba a poesia.

Vi mãos que entalhavam carrancas
Para protegerem barqueiros
Que varavam noites escuras
Sabendo das lendas ribeiras.

Cadê o descanso das águas? 
Quando chega a madrugada
Não ouço o silencio do rio
Parece que ele já nem pára

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