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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Vapor Benjamim Guimarães - Viajar

Vapor Benjamim Guimarães sobre as águas do São Francisco


Viajar
(Ivinho Loppes)
Viajar de trem pra Pirapora era tão bom
O céu, lua, estrelas e um cheiro de mato
Num passo alado ninguém nunca mais viu
Estrada de ferro pra aquele lado
No raiar do dia vinha um sol metálico
Canta, canta, cantava a sabiá lá no cerrado
Sair de Pirapora num Gaiola como era bom
O Venceslau Braz que saudade que me traz
Chegar em Juazeiro, segunda classe de Vapor, 
Morena barraqueira solta pelo cais
O Venceslau Braz, que saudade que me traz.
Viajar...
Viajar...
Urretada!
Oxente!
Ôxe!  

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Onde eu nasci passa um rio

Onde eu nasci passa um rio
(Caetano Veloso)


Onde eu nasci passa um rio
Que passa no igual sem fim
Igual, sem fim, minha terra
Passava dentro de mim.

Hoje eu sei que o mundo é grande
E o mar de ondas se faz
Mas nasceu junto com o rio
O canto que eu canto mais.

O rio só chega no mar
Depois de andar pelo chão
O rio da minha terra
Desagua em meu coração.


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Frutas do Sertão




Frutas do Sertão
(Ivinho Loppes)

Nos caminhos desse lado
Afundar pelo cerrado 
Percorrer Buritizeiro, Pirapora, Guaicuí

Januária, Montes Claros
São Francisco, São Romão
Na estrada deitar e rolar
Chupar frutas do sertão

Umbu, manga, melão
Cajú, araçá, oiti
Seriguela, Jatobá, Abil

Ingá, amora, pitanga
Romã, jambo, pitomba
Jabolão, goiaba, murici

Ananás, grão-de-galo
Gabiroba, aca, cajuí

Tamarindo, buriti
Carambola, mangaba e pinha.

No inverno tem baru
No verão dá pequi
Imagine quando
Fernão teve aqui.  

domingo, 15 de dezembro de 2013

Carrancas do Velho Chico


CARRANCAS

As carrancas do Velho Chico
(Que não sejam só lembranças...)
Essas esculturas antropomórficas (meio gente, meio feras)
Nascem da criatividade dos artesãos barranqueiros.
São a defesa dos barqueiros contra as criaturas que habitam as águas do rio:
a Iara, o Minhocão, o Caboclo d'água.
- As lendas e a arte do São Francisco, enchem de poesia a vida ribeirinha.
...



 Poesia de Ribeira
(Rafael Oliveira)

Não vemos mais vagões e trilhos
Do trem que cruzava a ponte
Nem homens no tamarineiro
E nem carnavais como antes.

Não tem pescador nas barrancas
De varinha ou de linhada
Botaram motor nas barcaças
Ninguém cruza mais rio a nado.

Tempo tá mudando tudo
Mundo vira de repente
Tanta coisa aqui havia
Ou gente fica esperto
Ou se acaba a poesia.

Vi mãos que entalhavam carrancas
Para protegerem barqueiros
Que varavam noites escuras
Sabendo das lendas ribeiras.

Cadê o descanso das águas? 
Quando chega a madrugada
Não ouço o silencio do rio
Parece que ele já nem pára

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

 Apresentação do Grupo Beiradeiros na Praça dos Cariris
- Novembro, 2013 -










Grupo Beiradeiros Cantando "Segura o Peixe" de Pepeh Paraguassu


Segura o Peixe
(Pepeh Paraguassu)

Segura esse peixe Pedro!
Segura esse peixe Pedro!
Não deixa o peixe fugir!
Segura esse peixe Pedro 
Que ele pode ser Surubim.


Se for curimatá
Tempero ele e vou fritar.
Se for mandi açú
Cozinho ele com angu.
Mas se for pocomã
Vamos cozê-lo com jerimu.
Se for dourado 
Asso ele cheio.
Se for cari
Trato dele aqui.
Mas se for piranha
Pego logo o pau
Trato trato ela e como.
É tanto peixe bom!

(É tanto peixe bom 
No Rio São Francisco!)


Segura esse peixe Pedro!
Segura esse peixe Pedro!
Não deixa o peixe fugir!
Segura esse peixe Pedro 
Que ele pode ser Surubim.

E se for suribim 
Todos nós comemos 
Na moqueca.
"Assamo" ele na brasa
Ou corto ele em rodelas.
O tempero eu sei a conta exata.
A pinga é da boa!
É de Januária.
Segura esse peixe 
Pra ele não fugir!
Segura esse peixe 
Joga na canoa!

(Joga na canoa, Pedro!)

Segura esse peixe Pedro!
Segura esse peixe Pedro!
Não deixa o peixe fugir!
Segura esse peixe Pedro 
Que ele pode ser Surubim.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Grupo Beiradeiros cantanto "O Gaiola" de Josecé.



As embarcações do tipo "Gaiola" estiveram presentes nas águas do Velho Chico por muito tempo...
Entre Pirapora e Juazeiro, um vai e vem de gente e mercadorias sobre as águas em Gaiolas.
O apito dos vapores é o som da saudade
que ecoa nas margens do São Francisco!

O Gaiola
(Josecé)

Êh, lá  vai o Gaiola
Carregando em sua Bagagem esperaça e nostalgia
Sai de Pirapora
Seu destino é Juazeiro da Bahia

Sai do porto devagar
Pra saudade aumentar
Leva seu João e Maria
Junto com a mercadoria
Que vai para o Ceará

São Francisco, Januária
Das cachaças que eu bebia
Paro um pouco em Carinhanha
Onde eu pesco uma piranha
Pra ajudar passar o dia
Da viagem tão alegre
Que termina na Bahia

Êh, lá  vai o Gaiola
Carregando em sua Bagagem esperaça e nostalgia
Sai de Pirapora
Seu destino é Juazeiro da Bahia

Chego em Bom Jesus da Lapa
Onde assisto à romaria
Chique-chique vou à Barra
Lá meu coração se amarra
Na filha do Major Dias

E de Barra a Sobradinho
Eu aprendi a navegar
Nas águas de Petrolina
Eu revejo a paisagem
Que me fez apaixonar ...
Que me fez apaixonar ...
Que me fez apaixonar ...

Êh, lá  vai o Gaiola
Carregando em sua Bagagem esperaça e nostalgia
Sai de Pirapora
Seu destino é Juazeiro da Bahia

Poentes Sobre o Velho Chico...

Viver Poentes
(Rafael Oliveira)

Quando o sol se deita
Por trás do cerrado
Na margem esquerda
Ali do outro lado

Nem a correnteza
Nem a corredeira
Nem as garças brancas
Nem a lavadeira

O menino correndo
O sol que ainda queima
A pele cor de jambo
Da linda morena

O caboclo d'água
O canto da sereia
O salto do Dourado
E as "piabinha"

Nem quem vai a nado
Nem os vapozeiros
Nem quem tá na areia
Nem o canoeiro

Sabem explicar
O sentimento quente
Que entra pelos "óio"
E ilumina a gente

E alivia o peito
Aquele sol ardente...
De quem vai vivendo
Cantando poentes